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Notícias Congresso CLZ 2021

Lixo Zero é solução para escassez de matéria prima

Programa de eficiência ensina, entre outros fatores, o reaproveitamento total de materiais pós-consumo e aumenta a competitividade das empresas. 

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A situação de escassez vivenciada pela indústria e comércio durante o período de enfrentamento à COVID-19 poderia ser mais amena. O Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB) defende que a dependência de matéria prima – nacional e internacional – seria solucionada se as empresas adotassem formas mais responsáveis e eficientes de gestão dos resíduos produzidos em suas fábricas.   

Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que 73% das empresas industriais nacionais sofreram com escassez de matéria prima e insumos para produção desde o início da pandemia. A importação também ficou prejudicada. Além da redução da oferta por outros países, a alta do dólar foi desastrosa para alguns segmentos. Os mais afetados foram a construção civil, produção de eletrônicos, papéis, veículos, celulose, têxtil e materiais plásticos. 

Rodrigo Sabatini, presidente do ILZB e diretor da Zero Waste International Alliance, afirma que a matéria escassa está, literalmente, no lixo. “Na Alemanha, mais de 20% de toda matéria prima vem da reciclagem. Isso evita que eles tenham que extrair produtos naturais ou importar insumos. Ao mesmo tempo, desenvolveu-se uma indústria de reciclagem que hoje é exportada”, exemplifica.

Sabatini é fundador e mentor do movimento Lixo Zero (Zero Waste), um programa de qualidade total, baseado na melhoria contínua, cujo indicador de desempenho é o nível de geração de lixo. “Você tem mais eficiência quando controla o desperdício”, afirma. 

Competitividade

A responsabilidade ambiental envolvida é também fator de competitividade, mais relacionado ao posicionamento de marca. “O Lixo Zero é uma ferramenta para se adequar às exigências do mercado global. A Indústria já se diz quase zero, mas pode alcançar a meta final. Toda indústria de qualidade já tem controle de 90% dos resíduos, mas como a gente chega à eficiência total? Como a gente aumenta nossa eficiência?”, prova o presidente do Instituto.  

O Lixo Zero na indústria está associado à produção limpa e a todos os atributos da economia circular: geração de emprego e renda, inclusão social, atração de investimentos, redução do impacto ambiental, desenvolvimento das cidades, incremento de impostos e outros. 

Boas Práticas

A meta Lixo Zero já foi alcançada por algumas fábricas pelo Brasil. O ILZB certifica aquelas que alcançam 98% de destinação correta dos resíduos sólidos. Conheça alguns dos projetos desenvolvidos: 

Caso 1 – A fábrica de chocolates Naguli, em Santa Catarina, implantou projetos de padronização das lixeiras, facilitando a separação correta dos resíduos; capacitação dos colaboradores; instalação de uma composteira para a decomposição dos resíduos orgânicos, reutilização da casca do cacau como um produto para jardinagem, antes descartado em aterros, agora é vendido na loja online. A empresa também implantou placas fotovoltaicas para tornar o negócio ainda mais sustentável. 

“A Certificação Lixo Zero agregou significativamente no seu posicionamento de mercado e as mudanças realizadas agregaram na conscientização de seus colaboradores, na redução dos custos e dos impactos ambientais", ressaltou o engenheiro responsável pelo projeto, Gabriel Cristofolini.

Caso 2 - Com o objetivo de criar produtos novos, de forma artesanal, a fábrica GMTex adotou o projeto “Recicla Jeans”, passando a destinar maior parte dos retalhos, pedaços de final de rolos e peças que seriam descartadas para instituições cadastradas. 

Outra parte dos restos de tecidos é separada e desfiada pela máquina de desfibramento para virarem estopa ou preenchimento de colchonetes em fábricas das cidades vizinhas. O resíduo gerado pelo funcionamento da máquina preserva grande valor nutricional do algodão e é doado para empresa produtora de ração para gado.

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